quarta-feira, 31 de dezembro de 2014


Todos nós temos nossas máquinas
do tempo.
Algumas nos levam de volta, 
elas são chamadas recordações.
Outras nos levam adiante, 
elas são chamadas sonhos.



Entregue a Paz

Como músico profissional, passo por muitos aeroportos, restaurantes e hotéis movimentados por todo o mundo e vejo muitos olhares e rostos tristes, exibindo um espírito abatido. É como se muita gente meramente existisse.
Todos nós temos de lidar com tristezas e desafios. As palavras de Jesus a Seus discípulos, "Paz seja convosco!" (João 20.21), me trazem consolo independentemente do que eu esteja enfrentando. Para mim, lembrar que Cristo nos oferece paz tira um peso de cima de meu espírito para que eu possa viver mais plenamente.

Algumas das pessoas que encontro em minhas viagens transmitem paz por meio de seu semblante, gestos e na maneira como tratam os outros. Sinto-me atraído a essas pessoas. Em consequência disso, onde quer que eu esteja no mundo, tento ao longo desses anos levar a paz de Cristo. Levar a paz a outra pessoa envolve mais do que simples palavras. Podemos comunicar a paz de Cristo com um sorriso, com a bondade em nosso olhar ou com o toque de uma mão quando alguém está atravessando um período difícil - e ao fazê-lo atraímos outras pessoas para mais perto de Cristo. 

Quando abrimos nosso coração, dia após dia, a paz de Cristo pode nos preencher para que possamos partilhá-la livremente com as pessoas que encontramos.

Chad Jeffers  (Tennessee, EUA)


Oração: Senhor amado, enche-nos do Teu amor e paz, de modo que aqueles e aquelas com quem nos encontramos, queiram Te conhecer por aquilo que veem em nós. Em nome de Jesus. Amém!


Pensamento para o dia: O corpo reflete aquilo de que está cheio o coração.




terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O Maior de Todos

Por  L. Roberto Silvado
Mais um ano se iniciará! Lembre-se que você tem três instrumentos poderosos para viver um ano muito especial: a fé, a esperança e o amor.
Eu desafio você a permitir que a sua fé lhe inspire a ver além do cotidiano e do esperado. A nossa sociedade precisa de visionários que pelos olhos da fé consideram possível o que os outros consideram impossível. É tudo uma questão de perspectiva. Deus deseja tocar os nossos olhos para que as escamas da descrença caiam e possamos ver novas possibilidades. 

Conta-se a história de dois homens que olharam para fora da sua cela na prisão, o primeiro viu a lama e o segundo as estrelas. A lama e as estrelas estavam lá fora, mas o primeiro concentrou-se no que estava próximo, no presente e o outro no distante, no transcendente. Precisamos de pessoas que vejam além da realidade que movam-se para mudá-la porque crêem ser possível transformá-la com a ajuda de Deus.

Nós precisamos também de pessoas que permitam a esperança curá-los das frustrações do passado. É claro que só erra e acerta quem procura fazer alguma coisa. Quando tudo parecer perdido e o desespero tomar conta de todos quem falará no meio do tumulto trazendo uma mensagem de paz e alento? Quem relembrará a todos que nem tudo está perdido? Você deseja pedir a Deus que o ajude a ser esta pessoa? Quando a injustiça e a sensação de impotência prevalecer, quem restaurará a expectativa por um futuro melhor? 

Aquele que traz uma mensagem de esperança relembra a todos de quantas casas não foram assaltadas, quantos carros não foram batidos, quantos casais não se divorciaram, quantos filhos são obedientes, etc. Não é fugir da realidade mas é relembrar a todos que coisas boas sempre acontecerão. Você quer pedir a Deus que o ajude a trazer esperança para aqueles que vivem perto de você?
Neste novo ano use amor para passar nas feridas de sua família, amigos e inimigos. 

Caminhe como Jesus caminhou por este mundo – vestindo o que estava nu, alimentando os famintos, visitando os que estavam presos, oferecendo copos de água fresca aos sedentos. Deixe que o amor seja a mola propulsora da sua vida – o padrão utilizado para avaliar cada pensamento, ação, plano, objetivo e passo que você dê. O apóstolo João nos diz que “Deus amou o mundo de tal maneira…” para explicar o porquê da vinda de Jesus a este mundo. Porque “Deus é amor” podemos sempre ir até Ele para receber amor e para aprender a amar. Você tem dificuldade para amar alguém? Vá a Jesus e descubra o quanto Ele o ama e como você pode receber do Seu poder para amar o seu próximo. Deixe-me sugerir que você examine o seu coração e assegure-se que você e Deus tem uma relação íntima e pessoal. Um relacionamento baseado no amor de Deus por você demonstrado na cruz de Cristo.

O apóstolo Paulo nos diz que três coisas permanecem: a fé, a esperança e o amor . E destas três a maior é o amor. Com amor a sua fé fará sentido e a sua esperança estará bem fundamentada. Que neste novo ano você seja determinado e ao mesmo tempo sensível. Seja forte e ao mesmo tempo gentil. Precisamos de “mãos de aço” dentro de “luvas de veludo”. Precisamos de alguém que através do amor restaure a fé dos que já haviam perdido a esperança. Jesus Cristo deseja ensinar-lhe a amar e viver pela fé, cheio de esperança, certo da atuação do poder de Deus em seu favor.

Texto Bíblico Utilizado: I Coríntios 13:13; I João 4:8; João 3:16.

Bons Propósitos de Verdade Para o Novo Ano


As pessoas costumam estabelecer propósitos para cada novo ano. Porém, no mais das vezes, esses propósitos circunscrevem-se tão somente em torno de bens terrenos, lucros financeiros, ascensão social, aquisições materiais, realização profissional, conquistas sentimentais, e coisas semelhantes.

Basta conferir os templos e os cinemas transformados em templos repletos de gente que vai atrás apenas do aumento salarial, da promoção no emprego, da casa própria e da cura para os males físicos mais diversos. Gente que só quer saber de prodígios e maravilhas. Gente incapaz de se adequar à realidade e enfrentar os naturais sofrimentos do cotidiano, preferindo armar tendas nos montes da transfiguração, esconder-se nas cavernas da alienação religiosa e enfurnar-se nos santuários do fanatismo venerando os altares de Mamom.

Para o ano que inicia agora, sugiro propósitos diferentes — que nada ou bem pouco têm a ver com nossos caprichos capitalistas, imediatistas e superficiais, ou que nenhum vínculo mantém com essa cultura medíocre dos shoppings, marketings e polishops. São, na verdade, propósitos essenciais para nos sentirmos mais seres humanos e menos mercadoria, mais almas livres e menos mentes manipuladas, mais corações crescidos e menos animaizinhos adestrados.

Vamos a eles. Não são tantos. Dá para contar nos dedos de uma das mãos.


1. Demonstrar amor a Deus, não apenas por meio de cânticos fervorosos ou discursos eloquentes, mas principalmente obedecendo a vontade divina e os ensinos da sua Palavra. Os princípios e valores do Reino de Deus são a maior riqueza que alguém pode obter. Se os tem, e vive de acordo com eles, sinta-se rico. 

2. Demonstrar amor ao próximo, colocando em prática uma recomendação muito simples do Senhor Jesus aos seus discípulos: façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam (Mateus 7.12). O contrário também é válido: não façam aos outros o que vocês não querem que eles lhes façam.

3. Tenha muito cuidado com o que você cultiva em sua mente. O sábio já advertia em Provérbios: acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida. Pensamentos de rancor e vingança levam a ações de rancor e vingança. Desejos impuros provocam atos impuros. Sentimentos egoístas conduzem a gestos egoístas. Visões deturpadas abrem portas para interpretações deturpadas. Dentro de cada um de nós há sempre um cão e um lobo medindo forças. Fica mais forte aquele que mais alimentamos.

4. Antes de fazer críticas, faça autocrítica. E seja tão sincero na avaliação de si mesmo, e de suas próprias intenções, como você costuma ser na avaliação dos outros. Depois, é só lembrar-se das palavras de Jesus Cristo: quem não tem pecado, atire a primeira pedra. Ou do velho ditado: quem tem telhado de vidro, não jogue pedras no do vizinho.

 5. Machado de Assis dizia que seu manual predileto de sabedoria era o livro bíblico do Eclesiastes: quando me afligem os passos da vida, vou a esse velho livro para saber que tudo é vaidade; quando fico de boca aberta diante de um fato extraordinário, vou-me ainda a ele para saber que nada é novo debaixo do sol.

Viva da mesma forma sábia!

Pr. Carlos Novaes



Meu caderno especial


"Deem graças ao Senhor, porque Ele é bom. O Seu amor dura para sempre!" Salmo 136:1


*Maria Gabriela Acosta de Camargo

Quando passamos por momentos tristes na vida, é confortador nos lembrar  de como lidamos com eles no passado. Essa é a razão pela qual tenho um caderno especial, no qual anoto todo pedido que faço a Deus. Se Ele me responde, eu o escrevo no mesmo dia em que isso acontece. Também escrevo palavras de gratidão e louvor ao Senhor, quando Ele me dá coisas que não pedi, mas que em Sua misericórdia Ele providenciou. Muitas vezes, releio isso em silêncio e instantaneamente me sinto confortada. É meu tesouro especial.

Um episódio especial que registrei foi quando eu queria lecionar na faculdade de odontologia em minha cidade. Enviei meu currículo à pessoa encarregada do departamento. Depois de lê-lo, ele disse que me chamaria, porque o considerou excelente. Três vezes, em ocasiões diferentes, fui chamada para entrevistas. Sempre recebia a mesma resposta: "Entraremos em contato."

Depois da última reunião que tivemos, fiquei muito desapontada. Sabendo que esse sentimento não era saudável, decidi esvaziar o coração com meu melhor amigo, meu Senhor, pedindo que fizesse a Sua vontade. Escrevi isso em forma de carta, explicando o que sentia e o que esperava. Especificamente escrevi que aquela havia sido minha última vez lá para uma entrevista. Se eles me chamassem para trabalhar, eu iria. Caso contrário, não iria mais.

De modo surpreendente, aconteceu. Saí do país para os feriados do Natal e, ao retornar, depois que o avião pousou, liguei o telefone celular. Tinha três mensagens da universidade, dizendo que precisavam de mim com urgência. Estupefata, eu disse: Ah, Senhor, quão surpreendente és! E minha alma o sabe muito bem!

Naturalmente, naquele dia, escrevi de imediato em meu caderno o testemunho de uma resposta do meu Deus, o mesmo Deus que ouviu seu povo no deserto. Senhor, louvado seja o Teu nome sempre!

Muitas vezes, ouço minhas amigas dizerem que, após orar, elas acham que Deus não as ouve. Eu as incentivo a providenciar um caderno e a  anotar todas as necessidades que elas têm, apresentando-as ao Senhor. À semelhança do povo de Israel, nós nos esquecemos de quão tremendo é o Deus a quem servimos! Essa é uma forma especial de conservar na memória todas as dádivas recebidas. 

*Maria Gabriela Acosta de Camargo mora na Venezuela, onde tem sua clínica de odontopediatria, e também leciona Odontologia na Universidade de Carabobo. Na igreja, dirige o departamento de música. É casada e tem dois meninos.

Mantendo a palavra

<<As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!>> Salmo 19.14


*Rose Thomas 
Nem sempre mantenho minha palavra. Na verdade, já decepcionei outros e a mim mesma inúmeras vezes, porque deixei de cumprir minha palavra.
Alguns anos atrás, uma preciosa amiga e eu havíamos ido fazer a interpretação na linguagem dos sinais, num programa à tarde. Interpretamos juntas e, após o programa, ela me conduziu até à entrada da rodovia interestadual que eu precisava tomar para voltar para casa. 

Mais tarde, naquele mês, me lembrei dela e prometi a mim mesma que lhe telefonaria em seguida. Desejava expressar meu agradecimento a ela, por ter sido tão gentil e bondosa. Adiei o telefonema. Então, ela morreu, repentinamente. A culpa e a vergonha que carrego só têm sido aliviadas pela misericórdia de Deus, mas o remorso continua... talvez para lembrar-me de cumprir o que prometo.

Certa vez, meu esposo dependia de mim quanto ao licenciamento do carro, já que tenho feito isso há anos. Um ano, simplesmente adiei a renovação do licenciamento do carro do meu esposo, mesmo depois de ele ter me lembrado e avisado que poderia correr riscos. Ele teria cuidado do assunto com toda disposição, mas lhe garanti que eu me encarregaria, pois o prazo ainda não estava vencido - ainda havia tempo, disse eu para mim mesma. Mas não tomei as providências.

Um dia, meu esposo foi parado e multado pelo licenciamento vencido. Mais uma vez, a graça de Deus e a compreensão do meu esposo me abrigaram, enquanto eu continuava a me desprezar. Quando é que eu aprenderia a lição? Em Mateus 5.37, Jesus diz: "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do malígno." A lição para mim é: Não diga que você fará algo, ao menos que realmente vá fazê-lo.

Mais e mais, sinto a doce voz do Espírito apelando para que eu cumpra a palavra para os outros e para mim mesma. As pequenas coisas que negligencio fazer resultam, com frequência, numa enorme e horrível culpa, vergonha e inconveniência aos outros. Assim, tenho sempre orado: Querido Senhor, que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença.

*Rose Thomas é casada, e mãe de dois filhos. Tem prazer em lecionar num centro educacional em Longwood, Flórida.

A Lista - Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assovia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?









domingo, 28 de dezembro de 2014

Eu, Escritor

Sempre gostei de escrever. Quando eu era pequeno, costumava a criar histórias e adorava quando os professores me pediam para fazer redação. Eram nessas horas que podia colocar toda minha criatividade e imaginação no papel. Talvez por esta causa eu não gostasse que me dessem temas. Eu queria fazer meu próprio tema. Queria ser livre e escrever o que viesse em minha mente.

Entretanto, com toda essa imaginação e sede de colocar algo no papel, eu possuía alguns problemas literariamente sérios. O primeiro, muito comum era oposição entre querer escrever um livro e não conseguir sair da segunda página. Não foram poucas as vezes em que pus a mão no lápis, separei um bloquinho de papel e não consegui sair da introdução. O velho problema de milhões de ideias e nenhuma expressão. Eu tinha o começo e o fim, mas não havia desenvolvimento.

O segundo problema, mais sério que o primeiro também me era muito contraditório. Vejam vocês, eu que adorava escrever, não tinha o hábito de ler. Pegar um livro para mim já não era fácil. Terminar um livro era quase impossível. Eu não tinha interesse, nem concentração e enfim, mas uma vez eu caia no problema de não conseguir prosseguir em nada que eu começasse.

Outros problemas como falta de experiência, falta de vocabulário e repetições desnecessárias de palavras no texto se mostravam menos graves e compreensíveis, já que eu não tinha nem dez anos. O que eu não sabia era que todos os meus problemas poderiam ser consertados com apenas duas atitudes: Habituar-me a ler e prosseguir escrevendo a todo o custo.

Foi com dez anos, então, que meu quadro começou a mudar. A minha mãe me contou a história de um homem chamado Robson Crusoé. Um náufrago que viveu anos em uma ilha e tal e tal. A história me interessou tanto que na mesma semana passei na biblioteca da escola e procurei o livro desta. Por sorte encontrei. Ao abrir aquele livro, eu não sabia, mas abria uma nova vida.

O suspense do livro, a vontade de saber o que iria ocorrer, a aventura, o mistério, tudo me fez prosseguir. Ao terminar aquele livro a minha mente se abriu em várias partes. Partes que queriam saber mais. Viajar pelo mundo das letras que carregavam suspense e aventura, mistério e ação. A biblioteca virou minha segunda casa. Em um ano, eu que não lia, li vinte livros. Quase dois por mês.

E minha mente não parou de se expandir. Ganhei um pouco mais de vocabulário, passei a escrever melhor e minha sensibilidade se desenvolveu. De início foram só mistérios, mas logo vieram os romances, os livros sociais e por fim o livro que deu o ponta pé inicial para que eu começasse uma transformação para escritor: A Bíblia.

Um livro que para muitos significa apenas um punhado de histórias antigas e complicadas, mostrou-me um vestígio de sua sabedoria. Chamou-me a atenção, primeiramente a verdadeira poesia apresentada no primeiro capítulo do Evangelho de João, em que Jesus é apresentado como o verbo. O verbo, que é o centro das orações, a palavra que define todos os mecanismos de um período.

Quis usar aquele verbo, o mais importante verbo e conjugá-lo em minha vida. Tomei, mais uma vez a caneta e com meu bloquinho me pus a escrever, aglutinando as diferentes visões, porém únicas, dos quatro evangelistas da Bíblia Sagrada. E como me impressionei com a tamanha sabedoria que Jesus utilizava em sua vida! Pessoa simples, mas que falava e agia como ninguém. Jamais vi alguém que pudesse discutir com tanta calma, sem o uso de palavras torpes e com certeza de tudo o que dizia. Um homem que mostrava sabedoria com a mesma facilidade que qualquer homem mostraria sua insensatez.

E me apaixonei por aquele maravilhoso amor, capaz de perdoar meretrizes e assassinos, por ver que seus corações estavam cheios de arrependimento sincero. Sim, eu já era cristão. Eu e minha família. Mas foi ali que realmente comecei a descobrir quem era o Jesus de quem tanto me falavam, porém eu conhecia superficialmente. E cada palavra que eu lia e escrevia, me tornava mais apto para me expressar.

O verbo se fez texto em meu viver. A oração me levou para mais perto de Deus. Aquele período simples tornou minha vida composta de palavras. Palavras que me foram ponte para crescer cada vez mais.

O livro terminou. Não era nenhuma grande obra. Nem mesmo continha as minhas palavras. Era mais uma monografia infantil sobre os evangelhos. Não houve estilo meu naquele livro. Eu não tinha estilo. Mas o meu estilo se formou ali, no fim daquele livro.

Entremeando a Bíblia e os livros de mistérios que não me deixavam parar de ler ganhei minhas primeiras fontes firmes de expressão: Poesias e textos. Era o que eu sabia fazer. Assim, fui ganhando o reconhecimento dos que estavam a minha volta e a frase: “Você vai ser escritor” chegou com mais frequência aos meus ouvidos.

Com treze anos, a conquista. Conquista de quê? A conquista do meu próprio reconhecimento. Por mais que eu gostasse de escrever a minha alma gritava: “Tu não terminas o que fazes!”. Claro que não há problema em um adolescente de treze anos não conseguir escrever um livro próprio. Disso eu sabia. Mas quando eu contava todo o estoque de ideias inacabadas a pergunta me atingia como uma bala de fuzil. Eu não me considerava um escritor. Contudo, o projeto que eu carregava há uns dois anos, tendo mudado o enredo mais de quinze vezes, nunca saindo da introdução, foi colocado no papel de uma maneira diferente. Busquei a ideia inicial e prossegui, sem me importar se estava bom ou não. O desafio era passar da segunda página. E também retomei outro, ainda mais antigo, do qual eu nem me lembrava mais. O resultado? Dois livros prontos e a felicidade saber que sim, eu era um escritor.

E os evangelhos? Bem. Ainda fazem parte dos meus projetos. A mesma coisa que fiz quando ainda não tinha estilo, farei, mas incrementado, literário e romântico. Sim, um romance. Sem nada modificar, a história de Jesus é um romance. O romance que modificou a minha vida. Um romance real.

E quanto ao meu estilo? Meu estilo é diverso. Tudo o que li desde que descobri a leitura, formou o meu estilo. Tudo o que li, tudo o que vi, tudo o que senti. E não só os livros, mas o mundo em si. Porque o sábio tira proveito de tudo. Um filme, uma música, um clipe, uma história, um fato, um desenho, uma imagem, uma tela, um quadro, um quarto bagunçado... E é nessa união das pequenas coisas que podemos, então, pôr para fora algo que de alguma forma contribua para a vida das pessoas e nos faça mais felizes.

Escrevo mistérios e suspenses, aventuras e ação, romances e ficção. Escrevo e misturo tudo. Faço rir, faço chorar, emociono, mostro os sentimentos, faço o real. Pelo menos tento. Pois o bom é poder ver alguém se identificando com um personagem que durante horas e horas afim você se dedicou a criar. Um personagem que passa a fazer parte da vida da pessoa e lhe ajuda a enfrentar o problema que os une. Isso é o que faz um autor feliz.

E Deus está lá, em cada capítulo, em cada parágrafo, em cada linha. Então, minha literatura é cristã? Não. Minha literatura é diversa. Meu estilo é diverso. Qualquer um pode ler e retirar algo que lhe faça bem. Mas Deus está lá. Sempre estará.

Sou sábio? Não sei se sou. Acho que sim. Mas o que sei é que todo sábio sabe que nada sabe perto do que existe para saber. Pergunte a um sábio de oitenta anos se há algo que ele necessite aprender. Ele responderá: “Sim. Sempre haverá”. É assim que eu também julgo. Há muito que aprender e a cada dia devo buscar ser melhor. Não melhor do que alguém. Isso não é uma disputa. Mas ser melhor hoje do que fui, no dia de ontem. Aí está a sabedoria e também é isso que me faz feliz.

Relembro um lance da vida, há muito passado. O autógrafo que recebi de um autor no lançamento de seu livro. Seu nome era André Pereira, lançando o livro infantil A Independência do Brasil. Eu, pequeno, cursando a terceira série, esperava impaciente na enorme fila indiana de estudantes. Chegando a minha vez, o escritor me olhou. Algo nele me fez achar que eu já lhe conhecia, porém não sabia de onde. Sorriu e perguntou:

- Qual é o seu nome, amigo?

- Davi. – Respondi, devolvendo o sorriso.

Ele abaixou a cabeça e ditando o que ia escrever, assinou com caneta preta a dedicatória que anos depois reparei no sentido de sua mensagem. A dedicatória dizia:

“Davi, o outro Davi foi profeta. E você? O que será?”, e terminava com “O amigo André Pereira”.

A pergunta ressoou na minha mente sem muito vigor. Como uma criança de oito anos ia saber o que seria? E passada a euforia de ganhar um autógrafo, eu esqueci a dedicatória em um canto do meu quarto. Oito anos depois deparei-me com a lembrança e a pergunta voltou a ressoar em minha mente. “E você? O que será?”. Mas desta vez eu tinha a resposta. Sorri e expressei com gratidão:

- Escritor. Eu serei um escritor.


***

Davi Caldas, escritor. (Do Blog Mundo Analista)

(Texto escrito em 2010)



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Escolhas de Vida




Por  Nelson Bomilcar

Nossas escolhas provocam resultados a curto, médio e longo prazo. Prazos que, aliás, nunca sabemos de fato, já que a vida, segundo um escritor bíblico, é como a neblina que por um instante existe e logo se dissipa. A existência humana é curta e efêmera, com o que concordam filósofos, religiosos e pensadores de todas as épocas. A vida requer significados e propósitos para que seja justificada e, de fato, desfrutada no melhor que pode oferecer.

Fazer escolhas, talvez, seja o exercício racional e emocional mais intenso e constante durante nossa jornada como seres humanos. É experiência cotidiana da qual não podemos fugir e não temos como negar. Na infância, recebemos de pais ou responsáveis as referências que tendem a nos acompanhar pela vida afora. A partir dali, o que escolhemos e plantamos trará consequências que irão escrever nossas histórias. Deus já as conhece no tempo e espaço, mas não nos poupa ou priva de tomar as decisões que nos levará ao crescimento como seres humanos e como pessoas, para que vivamos uma fé adulta e responsável.

Fomos criados com consciência, com um mínimo de senso de certo ou errado – como Paulo esclareceu à igreja de Roma –, que ora nos acusa, ora nos absolve. Esta consciência sensibilizada pela ação do Espírito Santo em nós é que nos dá a compreensão do pecado, da justiça e do juízo; do bem e do mal. Ela traz para cada ser humano a capacidade de entender e discernir a vida no seu sentido espiritual e existencial mais profundo, que influencia nossas decisões e os relacionamentos que vamos construindo na família, na profissão, na vida em comunidade e na sociedade.

Para fazer boas e significativas escolhas, precisamos construir uma espiritualidade com raízes, alicerces bem construídos, feita com sabedoria que vem do alto e que está disponível a todos, dada liberalmente por Deus: um Deus que se apresenta, que se revela, que se relaciona, que deseja comungar conosco e partilhar com intimidade e amizade nossa existência. Isso traz repercussões éticas, morais e espirituais em nosso dia a dia, fazendo que o que somos e realizamos repercuta em nós, na nossa família, nas nossas atividades profissionais, em nosso ministério e na sociedade onde vivemos.

Escolher seguir o Deus triúno é a primeira boa escolha, reconhecendo nossa incapacidade de corresponder ao seu amor e conduzir nossa vida refletindo seu caráter, já que compartilhou conosco sua imagem e semelhança. Sem ele, não conseguimos manifestar sua glória, e nada podemos ser e fazer de forma a agradá-lo, principalmente por causa de nossa natureza caída e da nossa desistência de levá-lo a sério, vivendo inicialmente para nós mesmos. Escolher a Cristo como Senhor, Salvador, pastor e amigo é, também, uma escolha vital e inteligente, com repercussões no presente e na eternidade. Conhecer seu Evangelho e sua vontade para nós, como seres humanos, vivendo uma vida de fato significativa e relevante perante o próximo, deixará boas e profundas marcas, cuja magnitude jamais conseguiremos avaliar no todo.

Escolher valorizar a família e sua preservação em aliança, em amor e em perdão, mesmo com todos os fortes ventos contrários e lutas do caminho, é e será sempre uma escolha sábia, madura e com visão de futuro. Por outro lado, não valorizar a família e os absolutos inegociáveis de Deus – verdade, justiça, dignidade, amor e retidão –, é engano que trará tristeza, ruína e morte.

Escolher fazer o bem e o que é certo aos olhos de Deus, isto é, diante de sua Palavra revelada, do Verbo que se fez carne, do Cristo que se identificou conosco como homem, e com todas as implicações radicais de sua mensagem, será uma escolha correta, fascinante, desafiadora e abençoadora. Não nos arrependamos de fazer o bem e o que é certo para Deus; confirmaremos, assim, que estamos dispostos a amá-lo em primeiro lugar, amando ao próximo como a nós mesmos.

Escolhamos, sempre, os caminhos e valores que promovam a vida! Com nossas boas e corretas escolhas, podemos viver com alegria, esperança, profundidade e rico significado, abençoando aos que nos cercam numa saudável dinâmica comunitária. Assim, alinhamos o que somos e fazemos dentro da missão de implantar o Reino de Deus, ajudando as pessoas a seguirem, servirem e amarem o Mestre e doador da vida.

***

Fonte: Cristianismo Hoje

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014


Recordações da cadeira de balanço


Quando me deito lembro-me de Ti; penso em Ti durante as vigílias da noite. Porque és a minha ajuda, canto de alegria à sombra das Tuas asas. Salmo 63:6,7



*Edna Maye Gallington
O calor das brasas que se apagavam atingia cada canto da sala. Luzinhas antiquadas brilhavam na árvore de Natal. Com os pés confortavelmente acomodados sobre o escabelo, meu esposo me puxou par um aconchego apertado. Tigelas que antes fumegavam com creme de milho, estavam vazias na mesinha ao lado do sofá. O fim de semana de natal em nosso chalé favorito na montanha, acabaria no dia seguinte, ao voltarmos para a cidade.

- Conte para mim a história de seu Natal favorito - pediu meu esposo.
- Bem, a tradição familiar  incluía minha irmã casada e sua família, ao comemorarmos cada Natal na velha hospedaria da Missão, em Riverside, Califórnia. Lembro-me dos lustrosos pisos de madeira de lei e da decoração inglesa antiga, e especialmente do creme de cebola e dos docinhos de batata-doce. 
- E o seu, como foi? - perguntei.
- Bem, como tínhamos uma casa com o teto alto, a cada Natal papai trazia uma árvore que alcançava o teto. Eu gostava muito daquelas árvores - a não ser a de um determinado ano. Naquele ano, papai trouxe para casa uma árvore com a metade do tamanho das outras. Enquanto os olhos de oito anos inspecionavam aquela árvore, o Natal ficou arruinado! Corri para o quarto e inundei os olhos com lágrimas. Por fim, mamãe persuadiu  papai a levar a árvore de volta e trazer a tradicional árvore gigantesca. Para mim, o Natal virou Natal de novo.

- Você se lembra de outro Natal? - perguntou ele.
- Sim, quando mamãe abriu um saco de farinha  encontrou um livreto com receitas de biscoitos natalinos. Ela e eu passamos uma tarde inteira assando os biscoitos de todas as receitas. Minha receita preferida foi a de estrelas  feitas com crosta de torta, polvilhada com açúcar. Ainda conservo esse livreto em algum lugar.

Recordações. Andamos em carreira desabalada pela vida, esquecendo-nos das lembranças que já nos encheram de alegria o coração. Recordações da cadeira de balanço, como as chamo.
Que tal encher a mente com belos pensamentos e belas recordações? Saboreie essas experiências!

*Edna Maye Gallington  deixou de lado os prazos fatais de uma carreira em relações públicas, para escrever no quintal de sua casa, no sul da Califórnia. É autora de um livro sobre 24 mulheres bíblicas que contam suas histórias. Está trabalhando num livro devocional e num infantil, e gosta de passar tempo lendo a Bíblia.





terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Melodia na floresta de inverno


"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, [...] e Ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Ele estenderá o Seu domínio, e haverá paz sem fim". Isaías 9:6,7


*Jaimée Seis
É véspera de Natal. E eu gostaria de estar em algum lugar distante, no bosque, onde pudesse haver paz. Talvez ali eu escapasse de toda correria natalina, que muitas vezes se concentra em comprar presentes caros. Se o Natal significa paz, não posso senti-la nesta noite chuvosa e fria. O culto da igreja  terminou, mas onde está a paz?  Enquanto volto a pé para casa, eu me pergunto: Pai, por que não fazê-lo? Por que não posso ir contigo par uma caminhada noturna no bosque?
Nos últimos dias, a chuva derreteu quase toda a neve, e a temperatura é a de um dia normal de inverno. Provavelmente não cairá neve. Em casa, visto rapidamente roupas mais quentes e, alguns minutos depois, deixo para trás de mim as luzes da rua da vila; a noite me envolve com seu mundo azul-escuro. Por campos e pradarias caminho em direção ao silêncio. As árvores margeiam os dois lados da minha vereda; os ramos sem folhas traçam um delicado desenho contra o céu. A distância, a floresta parece um muro preto, mas quando o alcanço, posso distinguir a silhueta de cada árvore, como recortes escuros. Quando entro nela, a floresta parece me abraçar com um casaco protetor, e a paz me enche o coração, tão suavemente quanto a brisa que sussurra entre os galhos.
Pai, esta é uma noite de lembranças especias- uma noite que me lembra novamente Teu maior milagre. Com humildade, o Criador do Universo abraçou a humanidade e Se tornou visível, deitado na manjedoura. Nasceu um Bebê, não reconhecido pelo mundo, mas que era Deus deixando a eternidade para vir até nós. Muito possivelmente, jamais entenderemos tal coisa por completo. Seu amor abundante deu tudo, deu a Si mesmo, a fim de unir o Céu com a Terra , e Ele mesmo conosco.
Dou um profundo suspiro, porquanto a paz habita novamente em meu coração. E já é quase meia-noite, hora de ir para casa. Penso no calorzinho que me receberá ali e no aroma da vela perfumada que enche a sala com a fragrância de rosas. 
"Soou em meio à noite azul, um hino divinal; jamais com tal beleza assim, ouviu algum mortal. Do Céu ao mundo, graça e paz! Excelso dom gentil! Dos anjos essa doce voz encheu o céu anil."

*Jaimée Seis nasceu em 1964, na Alemanha; já era feliz nos dias da infância, por saber que Jesus estava com ela, portanto, queria que outros também conhecessem a Deus como Pai amoroso. Tem escritos artigos e livros a fim de tornar conhecido o Seu abundante amor.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014


Gratidão...


Tenho medo de gente rasa







Tenho medo de gente que olha o céu só pra ver chuva, de quem olha pedra como se, dos caminhos, ela fosse a tortura.

O melhor tipo de gente são os encantados. Esses olham para o céu e veem o mar na contra-mão, um poente de horizontes, fonte de todos os azuis.


Luciana Leitão (Lu)

domingo, 21 de dezembro de 2014

Conselhos de quem ainda está a aprender:








"Apressa-te. Mas com leveza, para que não percas - de vista - a Vida.
Não tentes agarrar as horas, pois essas são líquidas. E azuis.
Reinvente seus caminhos. Risque os mapas.
Percorra-se.
Encontre outras riquezas que não ouro.
Desenhe o riso, mas sem perder a capacidade do choro.
E mesmo quebrando-se, não desista. A vida recomeça todas as manhãs".
Luciana Leitão (Lu)









Sou Poema




Nasci amor  incontido,
Dito em palavras.
Ou no silêncio. 
Levo a ternura nos olhos,
E o encanto no riso. 
Há de se fazer viver e dançar todo caminho que outrora fora triste.
Porque também sou esperança. 
Sou poema.
Poesia de Quintana. 
Sou a voz de Caetano,
E o olhar doce de Drummond. 
Sou a vida em sua forma mais doce.
Sou a saudade em sua forma mais terna.

Luciana Leitão (Lu)


"Os dois dias mais importantes da sua vida são: O dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê". Mark Twain

Ser Semente




"É preciso ser semente se quiser frutificar. Receber com humildade o adubo, os excessos do mundo que ninguém deseja tocar. É preciso suportar as estações com coragem e esperança e a dor das podas necessárias. E, depois de mil sóis, vem o fruto. Ou a flor."
Luciana Leitão 

Sonhar - Mia Couto





- Dói-te alguma coisa?
- Dói-me a vida, doutor.
- E o que fazes quando te assaltam essas dores?
- O que melhor sei fazer, excelência.
- E o que é?
- Sonhar.

António Emílio Leite Couto (Mia Couto - Biólogo/ Escritor / Poeta)

Um Cântico de Graças

"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo". Efésios 4.7

*Márcia R. Pope

Vários anos atrás trabalhei como coordenadora de encaminhamento hospitalar. Não trabalhava diretamente com os pacientes; apenas os conhecia pelo que os membros de outra equipe me informavam. Fiquei emocionada quando nossa coordenadora voluntária parou, certa manhã, e me perguntou se eu poderia cantar para uma paciente internada que gostava muito de hinos.

A Sra. Morris era uma dama encantadora. Aparentava estar bem, e não alguém morrendo de uma doença terminal. Estava muito lúcida, contente, sentada numa espreguiçadeira, com uma manta de crochê no colo.
A  princípio, conversamos um pouco, a título de apresentação.Rapidamente descobri que ela era dotada de muito conhecimento de música. Gostava, especialmente, da história da música de igreja e dos clássicos sacros.Também gostava de corais e havia cantado em muitos, ao longo dos anos. Sugeri alguns hinos que poderíamos cantar juntas para começar, mas ela me me interceptou, escolhendo os hinos de ações de graças.
Assim fizemos. Cantamos por quase uma hora. "Graça Excelsa", "Gratidão" e assim por diante. Eu cantava soprano e ela se harmonizava comigo. Cantamos até a hora do jantar. Ajudei-a a tomar a refeição, depois li uma passagem da bíblia, no salmo 91, e fizemos oração. Foi uma hora muito abençoada.

"Você virá outra vez"? Perguntou ela, enquanto eu me preparava para sair.
Claro que viria! Assim, quando a visitei, duas semanas mais tarde, levei dois dos membros do meu Coral para cantarem comigo. Mas a Sra. Morris não estava sentada. Seu estado declinava e ela estava quieta, deitada na cama, como uma flor murchando. Entristeci-me ao vê-la daquela maneira, e fiquei ali por algum tempo, sem dizer nada. Ela olhou pra mim e deu um fraco sorriso. Eu sabia que ela não poderia cantar conosco. Em voz baixa, cantamos três hinos e saímos do quarto, enquanto ela dormia. Ela faleceu uma semana depois.
Às vezes é bom, para nós, entrarmos no mundo de alguém, mesmo que só por um momento. Sempre encontramos Deus ali, e, quem sabe, um cântico de graças.

*Márcia R. Pope é enfermeira e mora no Colorado. Tem três filhos, sendo um casado. É muito ativa na igreja, sendo professora de uma classe estudos da Bíblia e dirige um Coral. Gosta de lidar com música, lecionar, escrever e desenhar.

Uma bela e profunda reflexão sobre o Natal...


"O NATAL DE JESUS"

Textos: João 3:16 e Filipenses 2:5-11.


"25 de Dezembro
O dia 25 de dezembro no mundo pagão era o dia do Sol, adorado por muitos povos como um deus. Os cristãos, de forma muito inteligente, criaram uma celebração (festa) alternativa para essa data: a encarnação do Senhor Jesus.
Embora o dia 25 de dezembro fosse uma data pagã, o Natal nunca foi uma festa pagã. O Natal foi uma alternativa ao paganismo. Assim as pessoas ao invés de celebrarem ao deus sol, celebravam a Jesus, o Deus vivo e verdadeiro que tornou-se pessoa humana e habitou entre nós.

Os símbolos do Natal

Os símbolos do Natal também nada tem a ver com paganismo. A árvore de Natal, por exemplo, um pinheiro que resiste ao frio rigoroso, neve e gelo do hemisfério norte, nada tem a ver com os carvalhos do paganismo alemão onde pessoas eram sacrificadas. A Árvore de Natal cristã está mais para a árvore da Vida do que qualquer outra coisa.

Outros símbolos: a pureza de Maria, a confiança de José, a fragilidade da criança, a generosidade do dono da estalagem que acolheu Maria e José, a fé e a honra (presentes) dos magos (estudiosos) estrangeiros, a humildade do presépio, a estrela como sinal de Deus, a alegria e o louvor dos anjos e a disponibilidade dos pastores. Mas acima de tudo a manifestação da Graça de Deus. Ele nos amou sendo nós ainda pecadores. Deus veio ao nosso encontro.
Aproveitando as oportunidades e santificando o contexto da vida.

Mesmo sabendo que o dia 25 de dezembro é uma data escolhida por conveniência e como estratégia missionária diante do paganismo, podemos fazer dele um dia oportuno para reunirmos nossa família, a igreja, ler os textos sagrados que falam da encarnação de Jesus e testemunhar ao mundo nossa fé. Não por causa da data em si, mas por causa de Jesus, do Natal, da encarnação, porque Jesus é real, porque a sua encarnação aconteceu.
Embora todo dia seja dia de amar e honrar as mães, o amigo, a criança, etc… temos dias especiais que dedicamos à mãe, ao amigo, à criança e por aí adiante. Assim como temos datas especiais para celebrar pessoas e relacionamentos especiais, é especial e inteligente termos datas para celebrar os atos salvíficos de nosso Deus: Páscoa, Pentecostes e também o Natal.

Se quisermos, o dia 25 de dezembro será um dia pagão e com apelo comercial como qualquer outro. Mas se desejarmos podemos santificar esse dia e dedicá-lo a celebrar o Natal de Jesus.

PRA PENSAR: Como podemos aproveitar o dia 25 de dezembro para reunir a família e celebrar Jesus e sua encarnação? Vamos fazê-lo um dia especial!!"
Pastor Ronan Boechat Amorim

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

No fim, a recompensa




Palavras que todas as mulheres gostariam de ouvir um dia:

Vem sentar-se junto a mim. O dia declina e é também o entardecer de nossa vida: tu bem mereces estes breves momentos de repouso. Vem, senta-se bem junto a mim. Nossos filhos estão agora encaminhados e partiram para lugares diferentes; estamos de novo sozinhos como no começo de nossa vida.
Lembra-te querida? Nada tínhamos no início, tudo estava por fazer. E pusemo-nos ao trabalho… bem árduo. Foi preciso coragem e muita perseverança. Foi preciso amor, e o amor não é o que se imagina quando se principia. Não são somente os beijos que se troca, aquelas meigas palavras que se murmura aos ouvidos, ou manter-se estreitamente abraçados um contra o outro. A vida é longa, o dia das núpcias é um dia somente; é somente em seguida, tudo te lembras, e somente em seguida que começou a vida.
Urge fazer e se desfaz; é preciso refazer e se desfaz ainda. Vêm os filhos, é preciso alimentá-los, vesti-los, educá-los; é um nunca acabar. Adoeciam por vezes, e eu te via em pé a noite inteira. Eu trabalhava do amanhecer ao cair da noite.
Há momentos em que a gente desespera; os anos se sucedem e continua-se no mesmo lugar, parecendo-nos até que retrocedemos.
Tu te recordas de todos aqueles instantes? Tantas preocupações, tantas confusões. Mas tu foste sempre a mesma. Mantemo-nos fiéis um ao outro e assim pude apoiar-me em ti e tu te apoiaste em mim. Tivemos a sorte de estar juntos; ambos lançamo-nos ao trabalho, resistimos e mantivemo-nos firmes.
O verdadeiro amor não é aquele que se pensa. O verdadeiro amor não dura um dia, mas sempre. Significa ajudar-se, compreender-se. E pouco a pouco vemos que tudo se organiza. Os filhos cresceram, encaminharam-se bem. Demos-lhes o exemplo. Consolidamos o alicerce da casa. Se todas as casas forem sólidas, o país será sólido também.
Por isso, chega-te mais perto e olha: quando o céu se tinge de rosa como nesta tarde e uma névoa transparente ergue-se e penetra por entre os galhos das árvores, é sinal que chegou o tempo da colheita e de saborear os frutos. Mantém-te bem junto a mim, fiquemos calados; não precisamos nada mais dizer um ao outro. Só temos necessidade de estar juntos e deixar descer a noite do contentamento do dever cumprido.
***



Os Poemas





Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão.

Eles não têm pouso nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti...


Mario Quintana





Bons Conselhos...

“Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida...”

Mário Quintana

As pessoas que fazem diferença na vida da gente são aquelas que nos conquistaram. E onde é que mora a conquista? Na capacidade de olhar o outro e de permitir que ele seja ele, e de interferir na vida dele pra que ele possa crescer com a nossa presença e com o nosso jeito de ser na vida dele. Pe.Fábio de Melo

Gratidão


"A gratidão enobrece o espírito e nos enleva para que vejamos o que esta por detrás das montanhas. 
Quem tem um coração agradecido consegue ver além das dificuldades. E o mais interessante é que isso é possível para qualquer pessoa. É uma questão de melhorar sempre; melhorar para crescer". Antonio Carlos Nasser. 

Ser agradecido é uma escolha. 
Faça da gratidão um hábito diário. 
Este é um bom hábito para desenvolver. 
***

MURMURAÇÃO.


Uma pessoa murmuradora é uma pessoa ingrata. Quem é ingrato vive insatisfeito. Quem vive insatisfeito regra geral, é uma pessoa que vive derrotada. 
O discípulo de Cristo deve ser definido, diferenciado e distinguido pelo espírito de gratidão. 

Pastor Jeremias Pereira

SEM MÁGOAS, SEM RESSENTIMENTOS.


Faça um balanço diário, semanal ou mensal em seu coração. Quanto mais rápido a pessoa fica livre de mágoas e ressentimentos, mais intensamente ela celebrará a vida. 

Lembre-se: 
Nem todos que você ajudou ou ajudará, voltarão para agradecer. 
Nem sempre os que você deseja que voltem para agradecer, voltarão.
Nem todas as pessoas tomarão as decisões acertadas como você deseja 
ou acha que seriam as melhores decisões. 
Não há perfeição, nem maturidade definitiva nesta terra!

Receba o que o Eterno lhe presenteia, venha de quem você quer ou de quem você nem pensava ou desejava. 
Libere seu coração de mágoas e dores antigas. Releia o passado com a graça de Deus e estenda a mesma graça aos que lhe feriram, machucaram, traíram, abandonaram ou magoaram. 

Trabalhe bem suas reações. Afinal mágoa, ressentimento, chateação, palavras duras, xingamentos e distribuições de maldições e palavras de derrotas para outros, são reações e escolhas pessoais. 

Celebre mais a vida. O tempo que vivemos aqui nesta terra passa muito rápido!

Pastor Jeremias Pereira

Raízes de Amargura

"Longe de vós toda amargura e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, bem como toda a malícia". Efésios 4.31

Um dia, enquanto trabalhava no jardim, percebi que precisava arrancar as ervas daninhas que impediriam o crescimento das flores. Usei várias ferramentas para tentar arrancá-las, mas sem sucesso. Fiquei muito frustrada, e irada recorri ao uso das mãos para tentar arrancá-las, mas as raízes eram profundas.

Essas ervas daninhas me lembraram de situações semelhantes em minha vida. Senti que a amargura havia fincado raízes profundas em meu coração. Percebi também que somente Deus poderia remover essas amargas raízes para que a palavra de Deus plantada dentro de mim não morresse.

Depois de um processo demorado, consegui remover as ervas daninhas do meu jardim. Por mais contente que tenha ficado com isso, fiquei ainda mais feliz por saber que, se eu reconhecer a minha amargura e orar por ela, Deus a removerá continuamente do meu coração. Agora, as lindas flores que vejo no jardim todas as manhãs lembram-me de ser vigilante e manter meu coração livre de mágoas.

Eliana Llanos Fuentes (Barranquilla, Colômbia)


-Pensamento para o Dia: A obra de transformação de Deus vai fundo dentro de nós.


- Oremos pelas pessoas que guardam mágoas.


***

Convite Aberto





“Sir James Jeans, o famoso astrônomo britânico, disse certa vez: "O universo parece ter sido desenhado por um Matemático Puro".

Contemplando a ordem da Terra, do sistema solar e do universo estelar, cientistas e estudiosos concluíram que o Grande Projetista não deixou nada para o acaso.

A inclinação da Terra, por exemplo, de 23 graus, produz as nossas estações. Os cientistas dizem-nos que, se a Terra não tivesse a exata inclinação que tem, os vapores dos oceanos mover-se-iam para norte e sul, cobrindo os continentes de gelo.

Se a Lua estivesse a 80 mil quilômetros da Terra, em vez de 320 mil, as marés seriam tão enormes que todos os continentes seriam submergidos pela água — até mesmo as montanhas seriam afetadas pela erosão. 

Se a crosta terrestre fosse apenas três metros mais grossa, não haveria oxigênio, e sem ele toda a vida animal morreria.
Se os oceanos fossem uns poucos metros mais profundos, o dióxido de carbono e o oxigênio teriam sido absorvidos e nenhuma vida vegetal poderia existir.

O peso da Terra foi estimado em seis sextilhões de toneladas (isso é um 6 seguido de 21 zeros). Ela tem, ainda assim, um equilíbrio perfeito e gira com facilidade no seu eixo. Ela revolve diariamente à razão de mais de 1.600 quilômetros por hora ou quarenta mil quilômetros por dia. Num ano isso dá mais de catorze milhões de quilômetros.

Considerando o extraordinário peso de seis sextilhões de toneladas girando a essa fantástica velocidade ao redor do seu eixo invisível, as palavras de Jó 26:7 assumem significado sem paralelo: "Ele ...faz pairar a terra sobre o nada".

A Terra revolve em sua própria órbita ao redor do Sol, percorrendo a cada ano o longo circuito elíptico de 965 milhões de quilômetros — o que significa que viajamos nessa órbita à velocidade de trinta quilômetros por segundo, ou 1.800 quilômetros por hora. 

Considere o Sol. Cada metro quadrado da superfície do Sol emite constantemente um nível de energia de 130 mil cavalos-força (isto é, aproximadamente 450 motores de oito cilindros) em chamas que estão sendo produzidas por uma fonte de energia muito mais potente que carvão.

Os nove grandes planetas no nosso sistema solar distam do Sol entre 57 milhões e cerca de cinco trilhões e oitocentos bilhões de quilômetros; cada um deles gira ao redor do Sol com absoluta precisão, com órbitas que variam entre 88 dias para Mercúrio e 248 anos para Plutão. Ainda assim o Sol é apenas uma estrela menor nos 100 bilhões de astros que compõem a nossa galáxia, a Via Láctea.

Se você fosse capaz de enxergar bem o suficiente, uma moeda de dez centavos estendida à distância de um braço ocultaria quinze milhões de estrelas.

Quando tentamos apreender mentalmente as incontáveis estrelas e outros corpos celestes encontrados na nossa Via Láctea, apenas, somos levados a ecoar o hino de louvor de Isaías ao Todo-Poderoso Criador:

"Levantai ao alto os olhos e vêde. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força, e forte em poder, nem uma só vem a faltar" (40:26).

Não é de admirar que Davi clame: "Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?" (Sl 8:1).

A criação revela tanto poder que desconcerta nossa mente e deixa-nos sem palavras. Somos enamorados e encantados pelo poder de Deus. Gaguejamos e hesitamos diante da santidade de Deus. Trememos diante da majestade de Deus...e apesar disso mostramo-nos melindrosos e ressabiados diante do amor de Deus..."

(Brennan Manning em "O Evangelho Maltrapilho")
***


Apesar de tão grande e poderoso, o Deus Criador não está impassível e distante. Ele é um Deus relacional e pessoal. Um Deus que insiste em estar próximo dos humanos. Ele se revela a nós por meio de sua maravilhosa criação, por meio de Sua Palavra e revelou-se a nós em Cristo. Cristo é a imagem do Deus invisível. (Colossenses 1.15).  Ele destituiu-se de Sua glória e veio habitar entre nós por amor.
Todos os homens e mulheres são alvo desse amor. Todos são chamados a aceitarem esse presente da graça de Deus! E essa aceitação significa simplesmente voltar-se para Ele com sinceridade, abrindo-lhe o coração. O convite para recebê-lo e experimentá-lo é aberto. Deus mesmo o concede a todos. Não é privilégio de alguns.
Ele de fato o concede para quem o quer. E não pode ser obtido à força e nem comprado. É de graça! Porém de incomparável valor!
Quando O aceitamos, o Deus vivo e amoroso 
faz a Sua presença ser sentida;
fala conosco no silêncio do nosso coração;
nos acolhe,
e se revela a nós 
até que não tenhamos qualquer dúvida 
de que Ele está próximo.
Tal experiência é pura graça (favor imerecido)...
E é para todos sem distinção.
Se não aceitou ainda, aceite o convite!...
E tenha  um Feliz Natal!