terça-feira, 18 de novembro de 2014

Imensidão
Jorge Camargo/Gladir Cabral

Você não faz ideia da imensidão
Dos muitos rios que desembocam nesse mar
No mar aberto e fundo do seu coração
De um mundo inteiro ainda por se navegar
De toda parte passam as embarcações
Singrando as águas turvas de uma vida a sós
Que clama por sentido e realização
Usando o vento e as ondas como a sua voz
E você lê algum poema do Pessoa,
Uma mensagem escondida na garrafa,
Um verso livre de Adélia que ressoa
Como um soluço incontido que se abafa
E então desaba aquele anseio de infinito
De andar por mares nunca dantes navegados
Uma saudade muda feito quase um grito
O sal da lágrima de amores naufragados
Abrir as velas e abraçar a luz do dia
Olhar à frente e navegar o que é preciso
Vencer a fúria, bem além da calmaria
Provar o sal, o sol, o céu, o rio e o riso
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