quarta-feira, 26 de março de 2014

Refletindo sobre o amor entre homem e mulher...




“Amor é substantivo. Amar é verbo (…)”


“Amor é substantivo. Amar é verbo. Substantivos abstratos são o que a própria definição aponta: inconsistentes, vagos, voláteis. Amor é sentimento ansioso por vertebrar-se. Verbos são todos concretos. O amor, se não virar ação, permanece verbete, fria definição de algum dicionário. Talvez palavra frívola dos folhetins baratos.  Amor, para ser verdadeiro, precisa desdobrar-se em compromisso – e adquirir tato.

O cotidiano, a rotina, a mesmice,  conspiram contra o amor gerado por sentimentos momentâneos. Emoções efêmeras não sobrevivem à tritura da repetição. O dia a dia, porém, solidifica o amar compromissado. A cada instante, momentos delicados do viver se misturam aos hábitos. Só com o tempo a declaração “eu te amo” ganha significado.

Amar aceita a imperfeição – não só a tolera. Os apaixonados são todos iludidos. Os amantes atravessam o largo canal que separa as idealizações das pessoas verdadeiras. No amar, o outro é celebrado com menos distorção. Quando se ama, perdoar perde a força de controle – ambos se sabem carentes de compreensão.

Amar é descobrir, de mãos dadas, a beleza de viver. A dor, descobrimos sozinhos. Alegria precisa de companhia. Alguns momentos só valem quando partilhados. Não tem graça fazer churrasco no quintal sem riso e sem conversa. Ou beber o melhor vinho sem amigo para brindar. Ou contemplar uma linda paisagem sem poder comentar.  Ou repartir a alegria de ver uma criança sorrindo.”
Por Ricardo Gondim

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