quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Um pouco de amor no seu dia


Conceda-me o Senhor o Seu fiel amor de dia;
de noite esteja comigo a Sua canção. Salmo 42.8



*Edna Maye Gallington
Enquanto o sol do meio da tarde enfraquecia, decidi tirar um breve recreio do computador, com o qual havia passado a maior parte daquele dia bonito e ensolarado de inverno. Peguei um dos livros favoritos para ler uns capítulos. A luz solar me convidava lá para fora, enquanto eu me dirigia ao pátio agora coberto pelas sombras cinzentas da tarde. Mas eu ansiava pelo calor do sol.
Mais adiante, no pomar, o sol brilhava sobre as laranjas que pendiam das árvores de um verde escuro. A luz do sol, branda e cálida, demorava-se sobre os galhos e sobre a grama ao redor das árvores. Passei pelas árvores para me sentar numa cadeira de jardim a fim de ler e assimilar o calor. Mas, não pude ficar muito tempo. Precisava retornar ao trabalho. Não distante dali estava Anneke, da raça pastor-alemão, a guardiã do grande quintal, a qual me havia seguido. Ela simplesmente estava ali, deitada, observando-me ocasionalmente, dando-me o espaço e a quietude que eu desejava. Suas grandes orelhas pretas estavam alertas para qualquer ruído ou perigo, e seus ternos olhos cor de âmbar me cobriam de amor.
Pressionada pelos prazos de entrega e múltiplos itens ainda inconclusos, eu poderia ter entrado em casa para continuar o trabalho. Poderia ter passado por ela sem lhe dar atenção. Poderia ter ignorado as suculentas laranjas penduradas nas árvores. Mas não foi o que fiz. Parei e me embeveci com a imagem das magníficas árvores e notei o modo tão singular com que cada laranja ocupava seu espaço, às vezes, balançando ao sabor da brisa. Demorei-me um momento mais sob a luz do sol, e depois chamei Anneke. Ela me respondeu com um grande sorriso canino e deitou-se aos meus pés. Passei a mão em sua barriga, coisa que ela aprecia. Por alguns momentos, eu a afaguei e conversei com ela. Depois, caminhamos juntas na direção de casa. Isso sempre torna o dia dela um pouco mais feliz. E tornou o meu mais feliz também.

Trabalho, prazos de entrega, contas, telefonemas, e-mails! Essas coisas têm seu jeito de penetrar até a alma, expulsando a beleza, a bondade e a atenção - ou pelo menos deixando-as para mais tarde. Não me lembrarei do dia agitado, mas me lembrarei dos poucos momentos ao ar livre, saboreando a beleza das laranjeiras, acariciando Anneke e conversando com ela.

Resolvi dedicar uns poucos momentos mais de beleza, bondade e amor a cada dia para mim, minha família, para as pessoas ao meu redor e para o meu Deus. E, claro, para Anneke também.

*Edna Maye Gallington   deixou de lado os prazos fatais de uma carreira em relações públicas, para escrever no quintal de sua casa, no sul da Califórnia. É autora de um livro sobre 24 mulheres bíblicas que contam suas histórias. Está trabalhando num livro devocional e num infantil, e gosta de passar tempo lendo a Bíblia.


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