segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Chuvas de Bênçãos


Na  estação própria farei descer chuvas; haverá chuvas de bênçãos. Ezequiel 34:26


*Margaret Fisher
Os hinos me trazem muitas lembranças. Não é somente a mensagem da letra, mas são as coisas que aconteceram no momento em que os ouvia que permanecem novas e vivas no coração. 
Quando eu tinha seis anos de idade, minha mãe soube de um curso de culinária oferecido ali perto. Mamãe estava começando a aprender inglês, e achou que isso ajudaria a entender inglês melhor, e que a ensinaria a cozinhar o alimento usado pelas pessoas em nosso novo país.
Foi depois da Depressão, uma época difícil para meu pai encontrar um trabalho permanente - ele trabalhava só meio expediente como mecânico. Recebia apenas uns 5 dólares por mês. Resmungava porque comíamos muita sopa, mas isso era praticamente tudo o que conseguíamos com o salário dele.
Mamãe queria ir ao curso de culinária. Custava 50 centavos, que era um bocado de dinheiro para nós, e papai não queria que ela fosse. Mas ela estava decidida. Isso deixou papai bravo, e todos os dias ele trazia à tona o fato de ela estar desperdiçando sólidos 50 centavos.

Na primeira aula, anunciaram que haveria um sorteio na sexta-feira seguinte, quando a aula terminasse. Mamãe não entendeu o que era um sorteio e ficou constrangida de perguntar, mas na sexta feira, dito e feito, realizaram o sorteio e mamãe foi premiada. Disseram-lhe que o  entregariam em nossa casa. Não tínhamos ideia do que seria, mas ficamos muito eufóricos.
Pontualmente às 15 horas a campainha tocou. Ali estavam dois homens com uma enorme cesta cheia de produtos do mercado. Quando eles foram embora, mamãe disse: "Vamos esperar até que papai chegue antes de esvaziar a cesta." Ela continuou: "Ele vai ver que os 50 centavos não foram desperdiçados."
Quando finalmente papai voltou para casa, nós, as crianças, corremos para a porta e o puxamos até a cozinha. Seus olhos se arregalaram quando ele viu a cesta. Mamãe, sem pressa, foi retirando um artigo de cada vez, cantando durante o tempo todo um novo cântico que havia aprendido: "Que segurança, sou de Jesus!" 
Havia sacos de açúcar, farinha, nozes, passas, fermento, leite em pó, condimentos e cinco laranjas - um raro produto, na verdade. Ao redor do topo da cesta havia maçãs e cachos de uvas. Papai nunca mais mencionou os 50 centavos. 

E, ah, sim, todos aprendemos a cantar: "Que segurança, sou de Jesus!"

*Margaret Fisher  e o esposo, Floyd, moram no Tennessee; têm cinco filhos e 16 netos. Margaret gosta de escrever, especialmente poesia. Já publicou alguns artigos e vários poemas. Ela aprecia tocar piano na igreja. Seu passatempo é fazer trabalhos manuais (artesanato).


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