quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Do Amor




Diria eu do amor qualquer bobagem?
Não. Sei que o amor é nato dom perfeito,
que no peito que guarda a paz, proclama
as intenções de um bem que é tão modesto,
que o seu protesto de atenção é doce
a ponto de manter resignada
a alma do que sofre o amor perdido,
e pensa não servir para mais nada.

Há dor, não nego, mas há fé, há vida,
e havendo isso por perto, o desespero
não ganha dimensão não concedida,
de ter toda atenção que há no mundo.

O amor só faz algumas exigências:
conter o desejar desordenado,
amar sem concessão, limite ou medo,
colhendo com prudência o que semeia.
Fugir de sujeitar a alma alheia,
sentindo da saudade o traço terno,
que haja espaço à liberdade, ao sonho,
que enfim atingirá valor eterno.

Paulo Cruz
-----

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários estão sujeitos à moderação. Tenha paciência. Obrigada.