sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Minha Prece


Ao que parece, minha prece
não foi ouvida.
Não digo que não tenho crido,
são meus sentidos que, frustrados,
não têm dado chance a estados
mais receptivos.

Sei, é necessário sarar minha mente,
pois enquanto meus olhos marejados
não minarem estas lágrimas,
de maneira alguma serei são.
Permanecerei filho desta loucura
que me arrasta,
escravo desta incredulidade doente...
e propenso a escapes.

Porém, não me culpem os constantes,
sou assim mesmo, movediço.

Sou aquele caniço
movido pelo vento;
cuja face aguerrida
pelo dorso curvado,
toca a Água da Vida.

Paulo Cruz
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