segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Saber Calar

Alguns calam-se por timidez, 
outros por lhes faltarem as palavras, 
há ainda os que se calam para ouvir melhor 
ou para admirar uma obra de arte. 
Há também os que se calam 
por se reconhecerem diante de um mistério. 
Enfim, há sempre um ou outro motivo que oriente o ato de calar, 
no entanto, mais do que se possa imaginar, 
o silêncio é pleno de significado 
e está sempre comunicando algo... 
 enviando uma mensagem. 
O ato de "calar" é um comportamento que comunica, 
pois, ao contrário do que se possa pensar, 
é impossível ao ser humano não comunicar... 
inclusive no silêncio. 
Tanto um grande e eloquente discurso, 
como uma greve de silêncio, passam uma mensagem. 
O ato de falar e o de calar precisam um do outro, 
pois quem fala quer ser ouvido, 
e para ouvir é preciso calar. 
Alguém que se cala diante de um outro que fala, 
pode assumir este comportamento por diferentes razões... 
"interesse pelo assunto", "timidez", "fuga de conflitos", 
"falta de disposição para a conversa", etc. 
Se formos perspicazes e atentos a esta mensagem
 que nos passa o ouvinte, 
poderemos assumir um novo comportamento, 
se percebermos que isso é o melhor. 
O silêncio não é ausência, mas plenitude de comunicação. 
Devemos evitar o silêncio negativo do mau-humor, 
da agressividade, do desgosto, da raiva. 
Devemos evitar o silêncio diante da injustiça.
 São silêncios que não agradam a ninguém. 
O silêncio só é válido quando é escuta, amor. 
Quando é amor, o silêncio fala. 
Quando é desamor, o silêncio agride. 
Arrisquemo-nos, pois, nesta arte de calar por amor. 
Mesmo se até hoje demos motivos não muito positivos ao ato de calar, 
é sempre tempo de recomeçar!
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