quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Refletindo sobre a brevidade da vida

A última semana de novembro de 2013 foi uma semana muito difícil pra mim. Especialmente os dias 29 e 30 de novembro, quando mergulhei numa deprê daquelas. Naquela sexta-feira, sentindo dores, (por estar com alguns problemas de saúde), juntei a isso também as dores emocionais. Abri as feridas do passado, trouxe à mente memórias muito antigas, lembrei dos meus queridos que já se foram, me entristeci pelos sonhos que não realizei, pelas esperanças e aspirações que foram deixadas de lado... enfim... sabe aqueles dias em que você se sente um zero... o cocô do cavalo do bandido? Ou será que só eu, sendo cristã, me sinto assim às vezes???

Bem, pra completar a semana, no dia seguinte, estive envolvida em um acidente. O ônibus em que eu estava com meu filho Davi, bateu em um carro que avançou o sinal. Graças à Deus, nada de grave aconteceu aos passageiros e ao motorista do ônibus, e nem a mim e a meu filho, a não ser um pequeno corte em minha boca, quando bati com o rosto. Mas, quando desci do ônibus, (eu, que já estava tão fragilizada), me entristeci ainda mais, pois o motorista do carro não sobreviveu. Logo, os populares retiraram o motorista e seu filho do carro, antes mesmo que o socorro chegasse, pois temeram uma explosão. Tentamos manter o rapaz imóvel, até a chegada do socorro. Fiquei ao lado do rapaz ( que devia ter seus 22, 23 anos). Ele me pediu para ligar para sua mãe, e me perguntava a todo instante pelo seu pai. Como... Como eu iria lhe dizer que seu pai não resistiu? Então, apenas lhe respondia: "Calma, seu pai está aqui ao lado. Fique imóvel. Logo, logo o socorro vai chegar."
Foi um misto de sentimentos... não posso explicar. Eu ali, naquela situação, vendo a fragilidade e a brevidade da vida. Aquele homem morto ali, na minha frente, com mais ou menos a idade do meu marido, e aquele jovem que poderia ser meu filho. Quantos planos aquele homem não teria feito pra aquele sábado, para o fim de ano e para os próximos anos de sua vida? Não pôde realizá-los. A história do livro de sua vida terminou alí. Deus fechou seu livro e o selou. 

Quem pode ver tal cena e não meditar, refletir sobre a vida e sobre a própria vida. Percebi, ali, muitas coisas que estavam obscuras ou esquecidas para mim. Pensei no quanto preciso valorizar a minha vida e a dos que me cercam. Pensei em como tenho conduzido minha vida. Pensei que um dia, Deus tinha dado sentido à minha vida, mas que eu precisava continuar essa corrente, ajudando outros a encontrar o sentido e o valor de suas vidas. Somos alguém, quando fazemos qualquer um se sentir alguém. Essas foram algumas das coisas que pensei naquele momento em que socorríamos o jovem, e muitos outros pensamentos e questionamentos ainda povoaram a minha cabeça no Domingo e na semana seguinte.
Sabe, aquele homem não era um jovem, mas também não era um velho. Ele não teve tempo sequer de fechar seus olhos. Será que ele aproveitou seu tempo de vida para fazer as coisas que realmente são importantes? Ou gastou todo seu tempo com as coisas que menos importam? Qual legado terá deixado para seu filho?... e para mundo?

Esta semana ouvi uma bela mensagem em que um cristão dizia o seguinte: " Que legado eu e você estamos deixando para o mundo? As pessoas quando ouvem nosso nome, que tipo de sentimento passa no coração delas? Gratidão, admiração, reconhecimento?... ou nós não representamos muita coisa para as pessoas? É claro, que para nossos familiares, somos especiais. Mas, eu acho que cada ser humano pode deixar o seu próprio legado. Alguns deixarão um legado maior, outros um legado menor, mas o mundo precisa ser melhorado pela minha passagem por esse lugar, e pela sua passagem. Eu espero que não venhamos a viver só para nós mesmos, que nossos recursos e tempo não sejam apenas para os nossos interesses, que entendamos o nosso valor, mas também possamos desenvolver o altruísmo e entender que as pessoas que estão ao meu redor têm tanto valor quanto eu. Aos olhos de Deus todos somos iguais e todos temos valor, sim. Eu e você devemos viver uma vida de amor a Deus, e amando nosso próximo, nos doando para diminuir o sofrimento de outras pessoas. Eu e você, enquanto temos vida, podemos fazer a diferença na vida de alguém, e isso faz diferença em nossa própria vida!"  É isso que dá sentido à vida!
Josy Cristina Caldas Farias

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